O aclamado romance de José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, ganhador de Nobel, é um bom livro, mas confesso que esperava um pouco mais de profundidade do enredo.
A história, como o próprio nome indica, se passa em um futuro não muito distante em que uma epidemia de cegueira se espalha pelo mundo.
Os personagens principais são um médico (oftalmologista) e sua esposa, a única que não adquire a cegueira, sofrendo o maior infortúnio da história, que é ver, quando ninguém mais vê.
O médico adquire a doença quando ela começa a se disseminar, por isso, logo é mandado para uma concentração de cegos. Lá, o autor descreve as atrocidades que os humanos podem chegar a fazer por egoísmo e até mesmo instinto de sobrevivência. Conhecemos outros personagens, (que são identificados por adjetivos, não possuem nomes próprios), como a mulher de óculos escuros, o velho e o menininho, cada qual com o seus dramas pessoais somados a esse novo problema.
A narrativa não é muito fácil: os parágrafos são gigantescos, os diálogos são entre vírgulas (muito ruim, me perdi várias vezes, não sabia quem estava falando etc.), e os capítulos são enormes.
Não há maiores explicações sobre essa cegueira nem nada, mas a questão trabalhada é que o fato de enxergarmos é muito importante. Quando não vemos, ficamos dependentes de outras pessoas, agimos por impulso e tornamo-nos mais animalescos do que humanos.
Não gostei muito do final, esperava outro desfecho mais elaborado. Para mim, foi uma leitura mediana. Quanto ao filme, acredito que tenha resumido bem o enredo do livro sim.
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