Orgulho e Preconceito (Jane Austen)

sábado, 28 de fevereiro de 2015


Assisti um dia despretensiosamente ao filme Orgulho e Preconceito, estrelado por Keira Knightley, como Elizabeth e Matthew MacFadyen, como sr. Darcy, e me apaixonei pelos personagens e pela história.

Então resolvi ler o livro Orgulho e Preconceito (Jane Austen), que realmente se provou excelente e encantador.

O romance trata da relação de uma garota pobre, beirando os trinta, filha de uma família desmiolada, Lizzy, e o sr. Darcy, rapaz que chega ao vilarejo por acaso, acompanhando um amigo de mudança.

Logo o povoado onde vivem os Bennet entra em convulsão ao saber que um rico rapaz solteiro está se instalando: todos querem um marido bem sucedido para suas filhas.

O encontro de Elizabeth e o Sr. Darcy não é muito amigável. Ambos carregam seus orgulhos e seus julgamentos.

Como pessoas tão críticas poderiam ficar juntas?


Dentro deste livro estão inseridos temas como a futilidade, o preconceito, as diferenças sociais e a manipulação.

Não é um livro excepcional, porém, muito bem escrito, com ótimas personagens e temáticas muito interessantes. Indicado pra quem gosta de um bom romance.

Um dia (David Nicholls)

domingo, 22 de fevereiro de 2015


Um dia (David Nicholls) é um dos meus livros favoritos da vida.

Muita gente que lê Um dia reclama da narrativa e de como a história é enrolada e demora a chegar a um desfecho.

No entanto acho que o que faz esse livro tão bom, é o enredo: quem nunca teve aquele amigo por quem morria de amores, mas nunca foi correspondido?

Bom, é sobre isso que o livro trata. Dois personagens, unidos pela ‘amizade’, Emma e Dexter, atravessando a vida, meio separados, porém nunca sem perder o contato por muito tempo. Dexter, um cara que gosta de aproveitar a vida e fazer de tudo, abusa da amizade da apaixonada Emma (Sim! Aqui é uma friendzone feminina!), que por sua vez vive bem normalmente.

Ou seja, um clássico: um completa o outro. Entretanto, não de um jeito clichê. É meigo, doce e de quebrar o coração, já que o livro narra a relação de Em e Dex em todos os dias 15 de julho por vinte anos.

O desfecho da história é tão tocante, inesperado, que me apaixonei ainda mais pelo livro. Afinal, quem sabe o que a vida nos aguarda?  

Para quem assistiu ao filme, indico o livro. Mas o filme é ótimo também.

(MOMENTO DESABAFO) – SPOILER

Durante a leitura, quando Emma morreu, não sabia se ficava com raiva, ou chorava. Puta sacanagem, depois de anos, quando eles conseguem ficar juntos: morte.

Por isso queridos leitores, aproveitemos a mensagem do livro: carpe diem. Nada de enrolação. Não sabemos quando chegará nossa hora. Pode não dar tempo de realizarmos ou aproveitarmos nossos sonhos.

1984 (George Orwell)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015


O aclamado 1984 (George Orwell) é uma distopia escrita em mil oitocentos e quarenta e nove que nos últimos tempos ganhou grande notoriedade no meio literário, já que as distopias estão em alta desde o sucesso tremendo de Jogos Vorazes.

Porém, diferentemente das distopias atuais, em 1884 o personagem principal não tem um poder sobre-humano, nem nenhuma habilidade que o ajude a reverter sua situação. Até mesmo se rebelar é mais difícil aqui. Trata-se de uma distopia mais real. Fora que, as distopias de hoje são voltadas ao público infanto-juvenil e esse livro não é para essa faixa etária.


O enredo principal conta com três personagens, Winston Smith e Júlia, que se apaixonam logo nas primeiras páginas, e O'Brien, camarada de Winston.  Como vivem em uma sociedade opressora, não podem concretizar nada do que querem e vivem com medo de serem pegos fazendo algo que não deviam. O sentimento de aprisionamento e a falta de liberdade de expressão aterrorizam o interior dos personagens, mas o sistema do The Big Brother é bem articulado e acaba rapidamente com qualquer um que tente resistir.

Ele aborda temas como o medo, o abuso de poder e a questão da privacidade. E choca, pois são todos assuntos muito atuais e o livro trata de um mundo bem real. É interessante perceber que lá, ser monitorado por câmeras é o terror, e que atualmente pessoas são pagas para serem filmadas 24h por dia (exemplo o BBB).

É um livro muito legal e angustiante. Tem umas passagens bem interessantes, que nos fazem refletir sobre a política e o sistema atual dos nossos governos. Também faz pensar sobre cidadania e como somos manipulados. Vale sim a leitura!


Guerra é Paz
Liberdade é Escravidão
Ignorância é Força.



O Morro dos Ventos Uivantes (Emily Brontë)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015


O morro dos ventos uivantes (Emily Brontë) foi escrito em 1847, e é considerado um clássico da literatura inglesa. Porém, foi só com o estouro da saga Crepúsculo que o livro passou a sair das prateleiras empoeiradas: essa obra era a favorita de Bela.

Confesso que demorei uma quantidade considerável de tempo para finalizar este livro. A história é densa, cheia de ressentimento e ódio.

O personagem que mais gostei foi com certeza Heathcliff, que é um homem intenso e obsessivo, que luta por o que quer, e sem dúvida o que mais sofre na história. Catherine é um pouco irritante, mas suas ações são justificáveis.

A história de amor principal trata das diferenças sociais e status, itens que até hoje, querendo ou não, fazem parte da nossa sociedade na hora de escolher um parceiro.

Apesar de tudo, esse não foi um livro pelo qual morri de amores. Achei-o simples. É bonito e tocante, mas para mim, nada demais como tantos dizem.

Cheguei a assistir quatro versões dos filmes de O morro dos ventos uivantes (1939, 1992, 1998 e 2001 da MTV) para ver se pegava alguma sacada que realmente fizesse a história parecer espetacular e diferenciada, mas não achei nada.


Apenas frisando, gostei do livro, mas acho que faltou alguma coisa, não sei, não consegui amá-lo.

Como eu era antes de você (Jojo Moyes)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015


Como eu era antes de você (Jojo Moyes), foi um livro que peguei sem saber do que se tratava. Quando comecei a ler, a história de uma moça comum que passa a cuidar de um cara bem sucedido, que por um infortúnio ficou deficiente, me conquistou logo nas primeiras páginas.

Os personagens são muito bons, tanto Will, que representa as dificuldades de um cadeirante não conformado, quanto Louise, que é uma moça adorável. Os desdobramentos dessa relação complicada são bem interessantes, principalmente para mim, que nunca tinha lido nada do gênero.

O livro não é apenas um romance, mas sim trata de questões da vida, da autoestima, da deficiência, e principalmente das inconstâncias e surpresas do destino.

É uma obra tocante e emocionante. O desfecho da história me baqueou por vários dias, entrei em uma ressaca literária, pois não conseguia ler outra coisa com esse final na cabeça. Mas enfim, é uma ótima leitura para refletir e se emocionar.

Recentemente, vi o filme ‘As sessões’, com John Hawkes, Helen Hunt e William H. Macy, que trata mais ou menos do mesmo assunto: os relacionamentos amorosos e as dificuldades de pessoas que possuem deficiência física. Fica a dica para quem gostou do livro e gostaria de saber ou ver mais a respeito. O filme é muito bonito também!




O Colecionador (John Fowles)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015


O Colecionador (John Fowles) me conquistou. Foi o primeiro livro que li em 2015, e foi uma ótima escolha para começar o ano.

Frederick Clegg é um rapaz modesto e discreto, trabalha no Anexo da Câmera Municipal e nutre um amor platônico por Miranda. Órfão, criado pelos tios e mal compreendido, um belo dia ganha uma enorme soma de dinheiro em uma aposta de futebol.

Sendo uma pessoa sem amigos e seus únicos interesses constituindo-se em sua coleção de borboletas, e a bela Miranda, decide pegar seu dinheiro, comprar uma casa afastada da cidade, e raptar a moça pela qual nutre um amor obsessivo, para tentar fazer com que ela o conheça e se apaixone, durante sua ‘estadia’ em sua casa, já que no mundo real, Miranda nunca prestaria atenção no pobre e desajeitado Clegg.

Apesar da ideia de manter alguém aprisionado seja perturbadora, John Fowles a transforma em uma situação cômica, de certa forma. O fato é que o narrador tem consciência de seu crime, mas justifica dizendo que qualquer um que tivesse dinheiro e poder, faria o mesmo, ou seja, faria o que fosse necessário para ter o que se quer. O único infortúnio era ele quer Miranda, um ser humano também recheado de sonhos e desejos.

As personagens são muito boas e a escrita é bem gostosa. O livro é primeiro sob o ponto de vista de Clegg, que é um narrador muito interessante, e depois pelo de Miranda, através de pequenos relatos de um diário. Muito conveniente essa divisão, pois temos o lado de cada um: primeiramente, quando Clegg narra, fiquei chocada, mas condescendida e por alguns momentos até senti pena dele, e quis que as coisas melhorassem para o coitadinho; mas aí vêm os relatos de Miranda, dizendo como sofre por estar trancada, desperdiçando sua vida, querendo estar com pessoas queridas... Então ao ler, tive sentimentos bem antagônicos e achei o livro incrível por isso.

Eu gostei demais do livro. É bem diferente de outras coisas que eu já li, persuasivo e crítico. Vale muito a pena, recomendo.



 (MOMENTO DESABAFO) SPOILER

A ideia de Frederick Clegg não é nada promissora, claro. Quem na vida real se apaixonaria por um raptor? E aqui não se trata de um bad boy lindo maravilhoso, e sim de um loser, para piorar a situação do coitadinho.

Teve muitos momentos em que fiquei com pena dele. Mas ao mesmo tempo não há como julgar as ações de Miranda, ou condená-la, pois o condenável é ele, Clegg. E é muito hilário quando ele fica pasmo nos momentos em que Miranda tenta fugir, ou tirar vantagem dele. 

O final então, não sei vocês, mas acabei com um sorrisinho e pensando: ‘Ah não! De novo não!’.

Eleanor & Park (Rainbow Rowell)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015


O livro do ano de 2014 para muitos vlogueiros, finalmente ganha resenha aqui no blog: Eleanor & Park (Rainbow Rowell).

É um livro que garante muitas risadas e reflexões. E é muito, muito, muito fofinho.

O começo é bem engraçado, pois os personagens são muito vergonhosos e atrapalhados. Mas conforme vão se conhecendo, vão se encontrando pessoas mais complexas e com uma bagagem de problemas. Porém, mesmo assim, se gostam muito, e vão enfrentando peculiaridades para tentar estabilizar o relacionamento.

A leitura flui demais, pois o livro é narrado por Park e Eleanor, e os capítulos são bem curtinhos, o que eu amei. Amo capítulos pequenos. A linguagem, como é de se esperar, é bem jovial. O livro inclui uma trilha sonora muito fofinha também.

São bem legais os temas que o livro aborda, como a violência doméstica e o machismo presentes nos anos 80, que hoje em dia diminuíram um pouco, e a mulher ganhou mais espaço (apesar de atualmente esses episódios ainda acontecerem, claro). Também a simplicidade, como as pessoas enviavam cartas ou precisavam ir uma a casa das outras para se falarem. O livro também aborda os temas sobre as diferenças e preconceitos entre classes sociais. Muito bacana mesmo.

Esse livro me fez querer viver nos anos 80, e ganhar uma fita com as músicas favoritas do meu paquera. Sério.

Me prendeu do início ao fim, li na verdade, em um dia. Algumas pessoas pediram continuação, já que o final é complicado. Mas não sei se concordo. Não achei final melhor.


Trilha sonora: Love Will Tear Us Apart (Joy Division)



Garota Exemplar (Gillian Flynn)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015


A resenha de hoje tratará do livro Garota Exemplar (Gillian Flynn). Publicado em 2012, o livro se tornou famosíssimo no Brasil após o filme, de mesmo nome, estrelado por Ben Affleck e Rosamund Pike.

O enredo é sobre uma mulher que desaparece suspeitosamente em seu quinto aniversário de casamento, justo uma noite depois de ter brigado feio com o marido. Quando uma investigação policial começa, não há muitos suspeitos, a não ser o próprio Lance Nicholas Dunne, cônjuge de Amy Elliott Dunne.

É muito legal a narrativa, pois temos a esposa, Amy, descrevendo o começo da relação por meio de um diário, e todo o fascínio inicial, e também o esposo, Nick, narrando no presente sobre uma relação terrível e instável. Isso faz com que a cada hora estejamos do lado de um.

Mesmo com uma esposa tão amável nos relatos do diário, porque Nick parece tão aborrecido? O marido está ou não envolvido em seu desaparecimento?

O livro é bem legal, porém comprido, e quando houve uma importantíssima revelação no meio do livro, fiquei preocupada: o que mais aconteceria nessa história? Ficaria enrolando até o final? Mas posso dizer que fui surpreendida. Quando achei que a história estava ficando sem sentido, Gillian veio, deu razões, e me convenceu. O final é o mais legal, já que você espera tudo, menos o que acontece.


Selecionei uns trechinhos bem legais, nada de spoiler, só para quem se interessar ter um gostinho de algumas reflexões bem interessantes, que recheiam a narrativa.

“Nenhuma relação é perfeita, dizem eles, que se contentam com sexo protocolar e com os rituais flatulentos da cama, que aceitam TV como conversa, que acreditam que capitulação marital — sim, querida, claro, querida — é o mesmo que chegar a um acordo. ‘Ele está fazendo o que você manda porque não se importa o bastante para discutir’, eu penso. ‘Suas exigências medíocres simplesmente fazem com que ele se sinta superior, ou ressentido, e um dia ele vai trepar com uma bela e jovem colega de trabalho que não lhe pede nada, e você ainda vai ficar chocada’.”

*trecho do diário de Amy

“Eu literalmente já vi tudo, e o pior, o que faz com que eu queira explodir meus miolos: a experiência de segunda mão é sempre melhor. A imagem é mais nítida, a visão é mais intensa, o ângulo da câmera e a trilha sonora manipulam minhas emoções de uma forma que a realidade já não consegue fazer. Não sei se a essa altura somos realmente humanos, aqueles de nós que são como a maioria de nós, que cresceram com TV, filmes e agora internet. Quando somos traídos, sabemos quais palavras dizer; quando um ente querido morre, sabemos quais palavras dizer. Quando queremos bancar o fodão, o espertinho ou o idiota, sabemos quais palavras dizer. Todos trabalhamos a partir do mesmo roteiro gasto.
É uma época muito difícil para ser uma pessoa, apenas uma pessoa real, de verdade, em vez de uma coleção de traços de personalidade escolhidos de uma interminável máquina automática de personagens.”

“Para Amy, o amor era como drogas, álcool ou pornografia: não havia limite. Cada exposição precisava ser mais intensa que a última para alcançar o mesmo resultado.”

*trechos da narrativa de Nick

Enfim, é um livro que poderia ser mais sucinto; entretanto, é de alta qualidade, com um enredo cheio de reviravoltas e fazendo-me apreciar muito a leitura.


(MOMENTO DESABAFO) SPOILER

Queria dizer que, para mim estava tudo ótimo na história. Até Amy não estar mais narrando por meio do diário, e sim, sendo ela mesma.

Há partes da história difíceis de engolir: Amy pega Nick a traindo no primeiro dia, tipo, não poderia desconfiar após alguns meses do caso? Ou outro absurdo, Amy marcar todos os artigos comprados por ela com as digitais de Nick enquanto ele dorme. What?

 Há também algumas coisas sem sentido: a Amy do diário não queria terminar com Nick, ela o amava incondicionalmente, o respeitava e queria fazer dar certo. Mas a Amy real? Aturaria ir para uma cidadezinha por quê? Ainda em NY, o casamento deles já está desfalecendo, e considerando a Amy real, ela já teria metido um pé na bunda de Nick a tempos. Acredito que se Amy fosse realmente a esposa boazinha, que surta e resolve se vingar do marido, seria mais surpreendente do que uma mulher já surtada, que enganara o cara para fazê-lo casar com ela, querer se vingar de uma traição.

Mas enfim, quem explica uma pessoa louca? E esses pensamentos foram antes de descobrir que Amy vinha montando planos diabólicos para quem a decepcionava/incomodava há anos. Acabei convencida dos motivos de Amy e gostando bastante do livro.
 
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