Trata-se de um livro muito triste. Passa-se no sertão Nordestino, onde uma família de cinco integrantes (Fabiano, Sinhá Vitória, dois filhos e uma cadela) tentam sobreviver à seca e às condições sub-humanas que encontramos no sertão.
Além da pobreza, os personagens são ainda analfabetos, fazendo o autor optar por poucos diálogos, e até o próprio Fabiano tem um trecho pensando sobre isso: não fala pois não sabe o que falar e tem medo de ser vítima de chacota.
No geral o livro tem um vocabulário bem
complicadinho, e a história não é daquelas que te pega e faz ler até o final com uma ânsia do que vai acontecer, ao contrário, a narração do cotidiano dessa família apenas nos dá uma angústia pelo sofrimento.
É um dos livros que mais se sente dó dos personagens: são enganados, maltratados, desesperançosos, marginalizados, animalescos, excluídos e desinstruídos. Vemos com 'Vidas Secas' que a pobreza e a
ignorância é um negócio complicado e difícil de resolver, que resulta em pessoas alienadas, desanimadas e tristes.
Para quem vai fazer vestibular, pode ler tranquilo, é chatinho mas também bem curtinho, e até tem seus momentos bons e passagens interessantes e reflexivas. Aliás o autor é bem interessante e até pretendo ler um outro livro seu: Memórias do Cárcere. Se tiver interesse, fique atento para as próximas resenhas.
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